sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Yamaha XSR 700 – A exclusividade em tamanho S

Não era minha intenção testar uma Yamaha XSR 700, mas foi parar-me a casa e depois de dar uma volta descomprometida com ela, resolvi também escrever sobre as sensações que me transmitiu e assim ajudar a algum leitor interessado em comprar uma.
A versão é uma série especial da MT-07, com um aspecto algo retro e com muitos detalhes cuidados e de qualidade. Realço o depósito revestido lateralmente com chapas de alumínio anodizado, o farol frontal e traseiro redondo (este último com iluminação led), um quadro de bordo, todo ele digital, redondo e minimalista, mas bastante completo de informação, o assento com duas tonalidades, etc.
O quadro é tubular herdado da MT-07, com as necessárias adaptações, em especial no sub-chassis, o mesmo acontecendo com todos os elementos base como é o motor, o sistema de escape, as rodas, travões e basculante, este último, um elemento muito bem esculpido em alumínio, raro neste segmento, que lhe dá um toque de muita qualidade.
A XSR é uma moto “piquena”. Se tens uma estatura abaixo 1,60/65m e ademais com a falta de experiência, a distância ao solo te mete respeito, aqui está uma boa opção.
A posição de condução é descontraída, com os braços medianamente elevados e as pernas flectidas a cerca dos 90º. O assento é cómodo e amplio longitudinalmente. O mesmo não se pode dizer do quase insignificante pedaço que deixaram para o passageiro, apesar dos pousa-pés estarem bem posicionados.
O motor em ralenti quase não se ouve, mas já que estamos (ainda!) na era do motor de combustão, não estaria mal se tivesse um bocadinho mais de ronco, mas isso não se pode considerar um defeito. Em andamento estira bem, é potente e linear, em todo o regime de rotações. Aquilo que sim é defeito, é o acelerador. Quando se corta a aceleração, por exemplo, ao entrar numa curva e depois à saída se acelera, sistematicamente o motor dá como um leve solavanco. Um defeito que me leva a pensar que é comum nas Yamaha actuais, pois na Tracer 900 também se notava.
O depósito em alumínio anodizado
Em curva a moto deixa-se levar com facilidade e trava de forma correcta, mas pressionar a manete do travão da frente é como espremer um bloco de borracha algo duro. Falta-lhe progressividade e elasticidade, é pouco contundente, mas também há que ter em conta que estamos a falar de um modelo de média gama. Não utilizei o travão de trás suficientemente para tirar elacções concretas, mas pareceu-me que ao contrário do da frente, tem demasiado percurso para que se comece a sentir a travar.
O assento em duas tonalidades
Ficou por falar de uma parte muito importante e sensível da ciclística – as suspensões. Não gostei nada do seu comportamento (tal e qual como aconteceu com a Tracer 900), e até as considero perigosas se tentamos levar a moto em ritmo elevado.
Quadro clássico, mas bastante completo
A da frente é demasiado branda e a detrás é seca. Em conjunto não conectam, chegando ao ponto de toda a moto balouçar como se fosse um barco em águas agitadas, quando passamos por cima de supressões ou de lombas. Estas suspensões fazem-me lembrar as da minha Honda CX 500, mas esta já conta com quase 40 anos de existência. Não será por acaso que a Yamaha tem disponível no seu extenso catálogo de acessórios, suspensões Öhlins, deduzindo que a marca foi consciente do mau nível que equipa esta máquina. De caminho posso ajudar a justificar a existência desta falta de qualidade. Num mercado onde o nível de concorrência é muito elevado e os preços são essenciais na hora de decidir, e mais ainda em tempo de crise, as marcas procuram fazer um produto atractivo sem perder o necessário lucro económico… Resumindo, a Yamaha poupou nas suspensões!
Farol traseiro com leds
O depósito de gasolina leva apenas 14 litros, mas sendo uma moto destinada para deslocamentos urbanos e suburbanos e com o pouco que consome – à volta dos 4,0l/100Km – pode-se dizer que a capacidade é adequada.
Não quero que os defeitos aqui apontados ensombrem a boa qualidade geral desta máquina. A XSR 700, modelo ímpar no seu segmento, é uma moto muito atractiva, com componentes e acabaments de grande qualidade, muito dinâmica e ligeira.
Se fosse minha, de certeza que lhe punha umas suspensões de maior qualidade e se tivesse disponível mais umas centenas de euros, um escape Akrapovic com saída dupla, que lhe ficam a matar e lhe dão uma sonoridade celestial (podes ver e ouvir em Yamaha XSR com escape Akrapovic.
Escape akrapovic - um acessório interessante
Todo o resto funciona de maravilha e ademais é uma moto que dá vontade de a levar para a sala de estar pelo bonita que é!

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